Sobre a palha
Os versos cegam a luz que o seduz,
Abafam emoções que desnorteiam.
Palha por palha, o grito que conduz,
Aos filhos das veias que agonizam.
Cada sílaba é seta noutra pasmo ou cataclismo,
Que se atira o poema como fosse um abismo.
Herdeiros das palavras,morre o romantismo,
O veio, a origem afogam num mutismo.
Mutila-se o sentir, para tudo sentir ,
Transborda, espalha-se, não extravasa,
Não alcançam a alma , precisa partir.
O silêncio é exclusivo naqueles momentos.
Era nele que o poeta sentia-se completo.
Hoje nada mais escuta,somente tormentos.
3/01/2009