"O mundo é dos que sofrem realmente"
O mundo é dos que sofrem realmente
E que, malgrado o pranteado rosto,
Ainda têm amor no recomposto
Minuto livre em que o patrão assente...
O prato frio é-lhes algo quente,
A cura externa de um menor desgosto.
A minha vida interna, bem exposto,
É que se esfria, gruta que ressente.
Vontade de chorar que não me vem...
Escrevo contos em que sou alguém,
Alguém que sofre no seu ser e nome.
Ao menos uma desrazão humana
Por soerguer o sonho desta cama!...
De viver, ah, que fome de ter fome!