Soneto à um sorriso póstumo

Eis a fortuna e fama frente o porto

De sombras, luzes, cinzas e demência

De todo muito um tanto assim tão pouco

Que me leve a sorrir com inocência

Tão terno e meigo amigo do suposto

Do rosto amargo âmago que jugo

Da silueta ausente enquanto exposto

E tanto mais que mato ou subjugo

Não venha se entreter no meu enterro

Não sinta esta vontade, pois lhe impeço

De nesta hora poder descobrir

Que todos os meus risos eram meios

Pois só depois da morte tu verás inteiro

O que é verdadeiramente o meu sorrir.

Onécimo Fiuza
Enviado por Onécimo Fiuza em 10/01/2009
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