Soneto à um sorriso póstumo
Eis a fortuna e fama frente o porto
De sombras, luzes, cinzas e demência
De todo muito um tanto assim tão pouco
Que me leve a sorrir com inocência
Tão terno e meigo amigo do suposto
Do rosto amargo âmago que jugo
Da silueta ausente enquanto exposto
E tanto mais que mato ou subjugo
Não venha se entreter no meu enterro
Não sinta esta vontade, pois lhe impeço
De nesta hora poder descobrir
Que todos os meus risos eram meios
Pois só depois da morte tu verás inteiro
O que é verdadeiramente o meu sorrir.