QUEM SOU EU
(Soneto Alexandrino clássico)


Sou uma poeta alegre de coração triste
Criança de manhã, mulher quando anoitece
Que vivendo a sofrer sabe que o amor existe
E vendo em cada estrela o brilho de uma prece

Já tive um grande amor que cala adormecido
Quem teve uma paixão dela jamais esquece
Por isso no meu peito bate entristecido
Um pobre coração que chora e que padece

Ainda ouço a voz de doce melodia
Que falava de amor sempre que me via
E me dizia versos sempre à luz da lua

Um dia ele se foi, partiu de madrugada
Levou a luz do sol e a noite enluarada
E me deixou sozinha, frágil, triste e nua...