DEVANEIO

A doce luz da madrugada vem
Como um sorriso, rouba-me a tristeza;
De tão suave, vara a treva ilesa,
Brilha ao redor, porém não se detém.

Depois da noite, o dia traz certeza:
O Sol está no céu como convém;
A Lua segue certo rumo além
E a sua amada, o trovador endeusa.

Desfeita a névoa, nada esconde a dor;
A realidade mostra-se cruenta,
Sem mediação dos raios do luar...

Não há mais sonhos, nem por quê sonhar...
À luz do dia cresce, sempre aumenta,
O amargo espanto, sempre a meu dispor.


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