Soneto IV
Palavras mal ditas e não faladas
Todos os gestos mal feitos, esquecidos.
Momentos vividos e não vividos
Lembranças já gastas e apagadas
Vidas que procuram um destino
Enquanto suas almas, nunca achadas,
Dançam insanas a dança das chagas
Num palco tosco ou talvez num fino.
E o silêncio que sempre vem no final
Doença vil que não perjura a carne
Mas pouco a pouco nos toma a alma
E que sempre numa noite calma
Na mente e no peito brutalmente arde
Para então escapar num suspiro banal