A BORBOLETA E O ESCARAVELHO

"Beijam-te o passo das multidões escravas"

Quando da tua carne – de teu lírio

o rugir do veneno que nasce da fera -

nada acalma na alma essa espera

dolorosa voz deste teu delírio.

Lá em cima – o astro que chorando ouro

vem motivar os vestígios desses sonhos –

aumenta o frágil coração em tamanho

esforço no gozo deste vil besouro.

Mas, lubrificamente despedaçado,

contornaram os espaços que não haviam,

e naqueles olhos escondem o que podiam.

Como arvoredos que amam com o vento

ama-te do orvalho que dorme lento

neste teu louco ritmo imaculado.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 27/01/2009
Reeditado em 27/01/2009
Código do texto: T1406489
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