PARTIDA

Não houve pranto, na despedida,

nem uma lagrima caiu, molhou a face.

Não foi a dor, abrindo a funda ferida.

Não houve ninguém que testemunhasse.

Houve o castigo, punição infligida.

Houve o silencio marcando a hora.

Cadenciados ponteiros em despedida

no tic tac surdo ao mundo lá fora.

Lembro do bater da porta, na madrugada,

sozinha vim, sozinha fiquei, sozinha parto.

De tudo, recordo o eco dos passos na calçada...

Apenas o bafejar denunciava sua passagem,

ruído algum acompanhou o vulto que se ia.

Nada deixou de si, e nada levou na bagagem.