NASCE UM POETA

Entre folhas tenras, no segredo aflora

Vertente d’água pura, que conduz à vida,

E tinge de verdes tons em sua descida,

E rega urtiga, cerejeira, ipê e amora.

A poesia, como a nascente, da terra vertida,

De João, Lucas, Lourenço, fertilmente sonora,

Ou Adriana, Paulo, Ciro, e tantos aí afora,

Germina versos, faz brotar a letra recolhida.

É sina d’água tornar o solo mais fecundo.

E, unidas, água e poesia, em uma só jazida,

Deste recanto, são força da alma, fonte do ser.

Serei afluente, vou deixar a minha ermida,

E, em terra de água e poesia, vou escrever.

O meu regato, uni-lo a outros, neste mundo.

Luís Barbosa
Enviado por Luís Barbosa em 18/04/2006
Código do texto: T141305