NASCE UM POETA
Entre folhas tenras, no segredo aflora
Vertente d’água pura, que conduz à vida,
E tinge de verdes tons em sua descida,
E rega urtiga, cerejeira, ipê e amora.
A poesia, como a nascente, da terra vertida,
De João, Lucas, Lourenço, fertilmente sonora,
Ou Adriana, Paulo, Ciro, e tantos aí afora,
Germina versos, faz brotar a letra recolhida.
É sina d’água tornar o solo mais fecundo.
E, unidas, água e poesia, em uma só jazida,
Deste recanto, são força da alma, fonte do ser.
Serei afluente, vou deixar a minha ermida,
E, em terra de água e poesia, vou escrever.
O meu regato, uni-lo a outros, neste mundo.