Numa noite interna...

Uma flor entoava em pétalas vermelhas

Um canto de eriçar um músculo incapaz

E ao compasso de ti, eram seios, centelhas

A emprenhar o poema um fato perspicaz

Como se te contemplasse à luz que me espelhas

E viesse com a tarde em brilho a cor lilás

Nos respingos das coxas, suor em parelhas

Da penugem escorrendo à frente e por detrás

Como se não bastasse o pêssego da pele

Que o manjar saboroso é o próprio corpo enfim

Sem amena conversa, ou pedido que apele

És colméia de abelhas, mel assim assim

Lenha que arde toda e se revele

Buquê a incendiar de amor meu camarim

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 20/04/2006
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