APAIXONADO

Que é isto que trago no peito

E que me embriaga de mil olores,

À noite na cama, quando me deito,

E empresta à alma novos sabores?

Se em mim me acho por defeito,

Pois que durmo com todas as dores,

Então como aqui, sonho tão perfeito,

De rosas e perpétuos amores?

Nada em mim é o que parece,

Sou como aquela flor que fenece,

Ainda antes de ter sido flor.

Mas se isto que trago no peito é nada,

Como a palavra aqui empregada,

Então porque lhe chamarei eu… Amor?

Jorge Humberto

18 de Janeiro, de 2003, 20:02:03

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 21/04/2006
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