SONETO AOS QUE DORMEM NO SENHOR

Não vejo em tua inércia a mão da morte

Tua existência não chega ao final

Pois tens, da natureza, a mesma sorte

Que a envolve em uma noite glacial.

Silenciosa hiberna em sono forte.

A neve tudo cobre -Extenso cal

Como em sepulcro jaz o polo norte

Até que surja a aurora boreal.

Ah, aurora boreal de muitas cores!...

A tundra se enche então de lindas flores

À luz do sol- mornura branda e terna

E em tudo a natureza se refaz.

...Assim despertarás em meio a Paz

Numa primaveril aurora eterna.