ENTRE AS NUVENS


Vento forte; esfacela o meu crer,
Deixa o verão, com cara de outono,
Parece que Deus brinca de esconder,
Não o vislumbro diante do seu trono.

Uma folha seca eu me sinto como,
Vagarosamente a se desfazer,
Solitária alma, ausente do cromo,
Com a implacável angústia de ser.
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Mas, no céu nublado, um azul escasso,
Delicadamente vejo aparecer,
Trazendo esperança com o amanhecer.

(E)terno azul! Alívio pro meu cansaço,
Eu que descria, agora, abro os braços,
Pela paz Divina deixo-me envolver.