Soneto Irracional



Inexplicável é esse desejo
Por ti, que até me enche de receios:
Que me esperem, ardentes, os teus beijos,
E já arfantes, os teus lindos seios.

E me dói a loucura em que me vejo
Desatinar por ti, em fim e meio:
Me apareces nua, bacante sem pejo,
Nos meus sonhos de lascivos enleios.

E estranho ainda é o masoquista
Ciúme desses poemas que cantam
Dos teus amores, perdas e conquistas;

Irracionais, os despeitos me inflamam,
Ao ler esses versos apologistas
De uns desejos que por mim não chamam!



Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 11/02/2009
Reeditado em 12/10/2011
Código do texto: T1433643
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.