Meia Pala
No tratado da rima sem graça,
Tudo passa, porém nada prima,
No que acima de tudo, convém,
Pois detém o desejo e veludo,
E, contudo já sei o que vejo:
É que almejo dizer que tentei
Pela lei de uma sina escrever
A quem ler uma linha latrina.
Tão menina sois mais avezinha
Bem aninha meu verso e jamais
Se desfaz no pedante reverso,
Do que verso tenaz, doravante
Qual amante, calado que traz:
És a paz! Meu amor retratado!
Para Eliane, como sempre!