O SUOR D’ALMA AÇOITADA

Os suores dessa alma em decassílabos

a lavar as feridas da açoitada,

são siameses versos polissílabos

a debruçarem-se na mesma estrada.

Se o suor d’alma vem do amor crescente,

quem sabe, nessa angústia aleijada,

falte o abraço íntimo, doce e quente

pra curar essa dor já destilada?

Talvez, um coração alado brilhe

com o maturar largo da semente

a brotar do chão que se compartilhe.

E o açoite descarado e penitente

que eternamente então se humilhe,

deixando essa alma voar livremente.

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 16/02/2009
Reeditado em 11/04/2009
Código do texto: T1441821
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