QUE NÃO MORRAM OS SONHOS

A Rodrigo de Salles Brasil, que não quis (ou não soube, ou não pode) sorver o néctar da vida – o sonho.

A luz brilhava na estrada

Por onde – moço – passei;

Por sonhos iluminada...

E afoitamente viajei.

Na ânsia desta jornada

Muitas rampas escalei,

Espinhos de ponta afiada

Com os pés descalços pisei.

Hoje chego ao fim da estrada

Sem querer flores nem festa.

Basta-me, ao fim da caminhada,

Ver, em pequenos tamanhos,

Na pouca luz que me resta,

Ainda luzir alguns sonhos.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 25/04/2006
Código do texto: T144927