POUCO IMPORTA...

A certeza de que já nos conhecemos

No mundo cósmico, na vida transcendente,

É o que me explica esta paixão ardente

E este amor, intenso, que vivemos.

Se fui um bruxo, e você, minha assistente;

Ou fui pirata, e você, a minha amada,

Pouco importa! Sei que um dia, numa estrada,

Eu fui cigano e você, a consulente.

Mas a incerteza que, por vezes, atormenta,

Não faz você, de amor, menos sedenta,

Nem diminui, em meu peito, este amor.

Pois nada muda, se você foi uma eslava

Se eu fui romano, e você, a grega escrava,

Se fui um monge, seu criado ou seu senhor...