PENAS
Estas tardes já não belas, mas turvas,
reclamam, por no espaço não te achar
em teus voos rasantes, flutuando em curvas
sob o céu azul, em doce cantar.
Verdes árvores de copas frondosas,
de lembranças, os ninhos ind’ostentam...
Tua ausência corta-me, fere as rosas
De tuas dores estas matas comentam.
Pássaro, diz onde estás a voar...
Se foste embora para outras terras,
manda notícias, que é pr’eu sossegar.
Teu trilo afinado, desejo sim...
Meus olhos te procuram nestas serras...
Cantador, vem pousar em meu jardim!