Soneto ao Vinho

Ah! O vinho, supremo néctar da festa!

Saborosa ilusão, liquefeita e plangente,

Que me acalenta na fria solidão funesta

E inflama o ócio que me turva a mente.

Rubro e delirante no vapor do assédio,

Flameja doce feito um fantástico idílio

Que expulsa do peito a chaga do tédio

Numa torrente de puro deleite e delírio!

Fiel companheiro da hora triste e morta,

Mesmo aprisionado no seu vítreo mundo,

É o ultimo prazer que me sacia e exorta,

E me força a penetrar no âmago profundo

Dos anseios castos de minha mente torta...

Ah! O vinho... é o que resta ao moribundo!

Washington M Costa
Enviado por Washington M Costa em 17/03/2009
Código do texto: T1490751
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