Soneto do Espelho

E eu, eu já nem conheço essa face

Que contemplo, dia a dia, no espelho

E temo que, até o grande desenlace,

Nunca saiba quem é esse estranho velho

Tu, que estás aí, preso nesse reflexo

Esse velho espelho, de sombras obscuras

Sim, tu, essa sombra que me deixa perplexo

E confunde minha mente, dantes tão pura

Tu, o estranho no espelho, me angustias

Me oprimes, me deprimes, me alienas

A mim me transformas em pesar e me asfixias

Te transmutas, fronte a mim, em um dilema

Tua verdade, para mim, é uã fantasia

Descobrir-te, penso assim, é um problema

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 19/03/2009
Reeditado em 20/03/2009
Código do texto: T1494800
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