Confissão cósmica

Sinto na alma o delírio do proscrito

A chama que as pedras embriaga.

No fogo que cauteriza a triste chaga

O sonho é navio de devaneio não escrito.

A melancolia chora chuvas e agarra

Com força o coração do vate antigo,

Um guarda visionário recuado no abrigo

Onde a ferida imita o choro das fanfarras.

Sinto a emoção ensurdecer no verão

Quando canta o silencio do coração

E o oceano ofega de sonoro afeto...

Vibrando embriagadoramente enfurecido

Um animal que vomita quando vivo

A chama imortal do que confesso!

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 19/03/2009
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