Confissão cósmica
Sinto na alma o delírio do proscrito
A chama que as pedras embriaga.
No fogo que cauteriza a triste chaga
O sonho é navio de devaneio não escrito.
A melancolia chora chuvas e agarra
Com força o coração do vate antigo,
Um guarda visionário recuado no abrigo
Onde a ferida imita o choro das fanfarras.
Sinto a emoção ensurdecer no verão
Quando canta o silencio do coração
E o oceano ofega de sonoro afeto...
Vibrando embriagadoramente enfurecido
Um animal que vomita quando vivo
A chama imortal do que confesso!