VERSO E REVERSO

As vezes maldigo o quase nada,

naquele motivo que foi para mim,

toda a razão de um viver sem fim,

na vida vazia, hoje passada.

Bendigo todos que viram a sorte,

sorrindo, faceira e fadada,

no rutilar da vida alumbrada,

felizes seguiram até a morte.

Maldigo aquelas nefandas putas,

de berços plácidos fizeram permutas,

para vida livre de orgias.

Bendigo a vida das puras donzelas,

e que eu me encontre dentre elas,

neste cruel mundo de fantasias.