TEMPO DE SORTILÉGIO * Ah, Poesia!

Ah, Poesia, eu não consigo ser

poeta neutro em Torre de Marfim!

Se foi o que quiseste ter de mim,

prefiro te perder a me perder...

Talvez poeta seja, mas, primeiro,

sou homem por direito e condição.

Um homem que tem norte e tem timão

não pode ter grilhões nem carcereiro.

Eu canto as asas livres deste Céu!

Eu choro a flor que o tempo emurcheceu!

Eu luto contra todas as algemas!

Por transgredir aceito ser teu réu

e, por defesa, alego que meu eu

aqui te enfrenta com ou sem poemas!

José-Augusto de Carvalho

23 de Março de 2006.

Viana do Alentejo * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 01/04/2009
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T1517763
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