BOLA SETE

Ganimedes que voa no infinito

Luz e sombra sem cor azul celeste

Se parece de longe tão bonito

De perto não mantém um campo agreste.

Tu, oh! Homem, que sonhas onde habito

Com maravilhas de onde não estiveste

Desfaz-se o basalto em regolito

Para teres o solo, trigo e veste.

Na Terra em que estás corre o riacho

Na manhã pia ao ninho a cotovia

E enquanto sonhas – uvas rio abaixo...

Queres voar, e sopra o fim do dia.

O Sol rebaixa o facho em teu penacho

Fogo-pagô o teu canto, agonia.