Meu corcel de vento

Meu amor, inventado nas promessas,

Maduro em tontas voltas de pecados

Estas vontades de abismo, estas pressas

Sem vazão, de afectos encontrados,

Tu e eu amor, que nos fazemos nessas

Proezas, os carrascos mais ousados,

Somos na pele as rugas mais travessas

Por deixar a alma a amargar bocados.

Só em ti me venço maré revoltada

Tu corcel de vento, meu ar que bordejo

Minha fonte de água, fome saciada…

Só eu sei, meu amor, que este desejo

Tanto, tanto, em demanda alvoroçada

Se dará mar manso no teu doce beijo.