ESPERANÇA

Esvai-me o outono da vida, cansado e triste,
E a dor falaz desta jornada inda me alcança...
Mas vou buscando em prece a última esperança
Na fé que dentro d!alma eu trago e que resiste....

Sentindo a sombra que me sonda e que persiste,
Em lancinar minh!alma impura, como lança,
Busco abrigar-me no escaninho da lembrança,
Pois sei que além existe Alguém que tudo assiste...

Não me abandono nas sarjetas da amargura,
Não me revolto no pavor da noite escura,
E nem permito ver minha alma torturada...

Sei que ela chora, sei que sofre, mas porfia
Numa esperança imorredoura, pois confia
Que há de raiar a primavera ensolarada!



Noturno ( Chopin)
Foto Google

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 07/05/2005
Reeditado em 24/10/2021
Código do texto: T15450
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