TRISTE DRAMA
A minha alma sente a tua falta
E o corpo, sem o teu, sempre reclama
A dolorida ausência, enquanto clama
Teu nome, quando a lua já vai alta,
Pois tal é o sofrimento de quem ama
Se se interpõe o tempo, esse peralta,
Entre o desejo e o encontro, como pauta
Que definisse, em certo palco, a trama
Escrita pelo fado (triste drama),
Onde os atores, pobres personagens,
Apenas representem seu papel
E não lhes caibam planos, nem laurel -
Os sonhos, transformados em miragens,
Não lhes concedem bem estar, ou fama.
Obrigado, Maria Cecília, pela maravihosa interação.
E vãs, as ilusões vão se criando
Levando muitas vezes a tortura
De sonhar co’a realidade desejada
Que passa da esperança pra loucura.
(Maria Cecilia Heguidorne)
Agradeço a interação da poetisa Karinna.
Consonância.
Todos meus caminhos te buscam
Todos meus sentidos te aguardam, em excitação
Quando é teu o meu pensamento, a minha razão.
A derme aveludada sofre
A boca desejosa chora tua ausência
O corpo conclama a tua bravia presença.
Resgato-te nos vestígios dos nossos sonhos amantes
Delirantes espectros desse amor em consoante
No entrelace dos mútuos desejos perseguidos
Na clareza da veracidade desse Amor, por nós sentido...
A lágrima incontida desliza na saudade peralta
Escorre morna na carência, na tua falta...
Nas trilhas doridas desse querer tão ansiado
Encontro-te em mim, no coração tatuado.
E no drama pungente de não te ter sempre ao meu lado
Decanto em versos minha dor, meu desamparo.
Consumada pelo silêncio da imposta distância
Meu coração fortalece-se nesse nosso Amor em consonância.
(Karinna)