Quem perde seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; mas, quem perde a coragem perde tudo. (M. de Cervantes)

 

BORDERLINE

 

Em desespero a consciência, mutilo!

Entre limites oscila a identidade...

Num turbilhão se desfaz a integridade...

Débil... Faço-me vácuo sem qualquer estilo!

 

A destreza, vã, da palavra, domino...

Pois, através dela encontro a amenidade!

Contrapondo-se à injuriosa intensidade...

Por instantes a paz... dum clarão divino!

 

Urge fragmentar-me no clamor genuíno

E aos pedaços aspiro por liberdade!

Sem repressões do pudor ou da saudade

 

Anseio sonhar com a inocência dum menino!

Nesse mosaico onde pouco a pouco mino

Os últimos rastros da felicidade!