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Sempre me queixo de saudades de outrora
Dos tempos em que eu vivia contigo
Pois sei que não passo de um retrato antigo
E não vivo o presente sequer uma hora.
Vivo dizendo que quero ir embora
Penso e re-penso num lugar, um abrigo
Mas todo esse mundo é um inimigo
Que sempre me ataca com a saudade de outrora.
Viver tantos anos com sorte tão pouca
Viver tudo isso e guardar um só dia
Eu penso: Pra quê? E a vida vem louca.
Então faço dela a fumaça do ópio
E sigo fumando em demasia
Sempre esquecendo ela dentro da boca.