VELHA HISTÓRIA

Por adultério, o esposo, a esposa, um dia,

Do Tribunal às barras leva, crente,

Para castigo ao crine repelente

Nas sábias tramas da advocacia!

E eu que ao casal de consultor servia

Fui chamado a depor incontinenti...

E vendo o pobre esposo, tristemente,

E a esposa que em pudor se consumia;

E ela co'a longa cabeleira solta,

Lábios cerrados, colo nu, revolta,

Pensando num seu ídolo qualquer,

Nada pude fazer, pois horas antes

Eu provara, na alcova dos amantes,

Os beijos bacanais dessa mulher!...

Lucan
Enviado por Lucan em 18/05/2006
Código do texto: T158488