PÉRFIDA

 

Eu serei o teu ignominioso segredo

Donzela afeita aos tropeços e ao negrume!

Ultraje à fingida moral e ao costume

De tornar a vida repetido enredo!

 

Acaso venha conduzir-te ao degredo... 

Dos trespassados pela dor do ciúme

Ignorando-te, com vil malícia, o queixume

Desse olhar pleno de ternura e de medo...

 

Não te enganes... nada mais é que arremedo

Imitação pífia sem qualquer vaidade

Esperando-te com disponibilidade                        

 

Sob o silêncio triste dum arvoredo!

Ocultando a doçura no gosto azedo

Dos acabrunhados na crua frialdade!