EM BUSCA DA PERFEIÇÃO
EM BUSCA DA PERFEIÇÃO
Eu quis achar do verso a perfeição
E penetrei, sonhando, num braseiro.
Queimou-me as mãos, os pés, o corpo inteiro,
Porém não me serviu de uma lição.
Busquei no orvalho a minha inspiração
E a gota respondeu-me que, primeiro,
Teria de lavar o aventureiro,
O rude e vaidoso coração.
Da cólera minh’alma fez-se escrava;
Queimei meu verso, a minha poesia
E toda a fantasia que eu guardava.
E vi que lá dos céus, então, descia
A rima, a inspiração que eu procurava,
Na nuvem de fumaça que subia.