Enfeitiçado

Ó impiedosa deidade e causa do amor,

Perene aflição do fantasma que entoa

No tépido universo plúmbeo da névoa

Da blasfema criatura explode o temor.

Nunca dissipa a bruma do desejo

No pensamento insueto deste poeta

Terra etérea da quimera o profeta

Fica a festa febril do voraz beijo.

No luminar de amor cotejar se possa

À treva devassa o cordato argênteo

No ocaso imenso de Nix o amor plúmbeo.

Na morte de Orfeu que o amar endossa

Ao tentar vê-la por um átimo insensato

Eurídice perdeu-se no mau exato.

DR PAVLOV

Dr Pavlov
Enviado por Dr Pavlov em 29/05/2009
Código do texto: T1621924
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