Enfeitiçado
Ó impiedosa deidade e causa do amor,
Perene aflição do fantasma que entoa
No tépido universo plúmbeo da névoa
Da blasfema criatura explode o temor.
Nunca dissipa a bruma do desejo
No pensamento insueto deste poeta
Terra etérea da quimera o profeta
Fica a festa febril do voraz beijo.
No luminar de amor cotejar se possa
À treva devassa o cordato argênteo
No ocaso imenso de Nix o amor plúmbeo.
Na morte de Orfeu que o amar endossa
Ao tentar vê-la por um átimo insensato
Eurídice perdeu-se no mau exato.
DR PAVLOV