Esquecida

Ser aquela que anda a vagar

Ter na alma uma dor sufocada

Uma febre de viver e de amar

O impossível, o tudo e o nada

Ser o fim trágico dum momento

Ser aquela que chora, a virgem morta

A pureza envolvendo o pensamento

Do doce afago da morte à tua porta

Ser um sonho, desfalecer... Nem ser

A imagem pálida presa a uma moldura

Ter no peito um mar de mágoa e de sofrer

Ser poeta. Ser a própria Noite escura

Sonhar - amar - morrer. Só ser

Um nome esquecido a sepultura

Josiane Lima
Enviado por Josiane Lima em 25/05/2006
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