SONETO À MINHA MORTE

Quando a morte fincar em meu peito a espada,

E minh’alma adormecer num sono derradeiro;

Quero morrer sem uma lágrima, oh! Amada,

Tendo as tuas mãos como terno travesseiro.

Que não chores de tristeza, nem de espanto,

Por findar nossa união, pois não te abandono;

E possas sentir que este poeta te amou tanto,

E não menos te ama neste derradeiro sono.

Quero morrer sem uma lágrima, pois a vida...

Foi eterna lágrima em nosso louvor, querida,

Mas eis o que me espera... Eis minha sorte;

Adormecer sem uma lágrima e ir embora,

Chorar para quê? O que importa agora...

É encarar a vida qu'está doutro lado da morte.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 05/06/2009
Código do texto: T1634151
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