SILÊNCIOS DE OIRO

Eu olho-te nos olhos e sonho sem porquê

Com ramos de rosas, com sedas em festa

E tudo o que te guia, é um mar que se vê

Nos meus pés colhendo o vento e a giesta

E por onde vou, nem cardos, nem espinhos

Que de afecto abrigaste só para eu passar

E tenho a certeza que tu desejas sozinho

Recolher do céu o azul para mo entregar

Meu amor de cardos e espinhos, ausente

Meu nó de pedra, raro, meu imenso cais

Onde quero aportar, ser em ti catedrais

Abriga-te em mim, que eu em ti docemente

Usarei silêncios de oiro sem dor, e sem ais

E seremos o mundo, e no mais muito mais…