UM SUADO PARNASIANO

O suor de minh’alma em decassílabos

toca de leve a lavra em redondilha,

porque nos tantos versos polissílabos

busco mais outra vez essa cartilha.

Rabisco sonhos com dodecassílabos.

Mas, a vida me prende em armadilha,

a ouvir somente raros monossílabos

em vasta solidão que mais me humilha.

Assim, nesse viver tão paranóico,

já nem sei se o que mais me maravilha

é de verdade aquele verso heróico...

Talvez, seja pra usar a sapatilha

que possa agradar um senhor estóico,

que nem vê porquê meu ego fervilha.

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 11/06/2009
Reeditado em 17/01/2015
Código do texto: T1644377
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