A nossa comunhão

A nossa comunhão

Cândido

Era o sopro dum sonho, no relento,

Que se esvaía ao longo do caminho:

Lençol tecido em braços de carinho

Guardado no baú do esquecimento.

Ouviste o ultra-som do meu lamento:

Pio dum desasado passarinho.

Deste-lhe as penas doces do teu ninho

Como quem oferece um sentimento.

Tu foste o vinho doce, eu fui o pão

Que tomamos na nossa comunhão,

Sobre o divino altar da nossa essência.

Serás o dia leve, evaporado,

Desde os etéreos versos do meu fado,

À derradeira noite da existência.

Cândido

Cândido
Enviado por Cândido em 19/06/2009
Código do texto: T1656788
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.