Delirando

à Mário de Sá Carneiro

Nada sou em relação ao meu duplo

Sendo qualquer porta no intermediário

Ponte liga o tédio ao revolucionário

Que vai do estômago ao paladar múltiplo.

Precipitação no abismo quebrando

Na terra em que nada tive de meu

Restando a última fala do plebeu

Necessidade de sair de mim, ando.

Um pouco de brasa nesta triste ária

Pouca vida nesta morte arbitrária

Para fingir no último golpe a dor.

O sombrio medo que cobre esta noite

No sonho infernal o diabo no açoite

Um sofrimento interminável de amor.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 23/06/2009
Reeditado em 24/06/2009
Código do texto: T1663882
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