O meu poeta
O meu poeta
De Cândido
Há um poeta triste que em mim mora
Que julga ver em si algum talento,
Um rouxinol que canta cá por dentro
Mas que ninguém escuta lá por fora.
Acorda-me, de noite, a qualquer hora,
Sussurra-me um dorido pensamento
Tão triste como a flor do sentimento
Que germina nos olhos de quem chora.
Ah! Meu poeta doce, meu menino,
És o que ainda que tenho de divino,
De pureza de luz e de verdade.
Caminha nesse passo impoluto
E em breve, chegarás ao absoluto,
Onde está o portal da felicidade.
Cândido