Terra sob as unhas

Ainda há terra em minhas unhas

Onde arava a vida em verve!

Em brados de sonhos da alcunha

Da minha querida Baixa Verde

Ainda ouço o baque do balde no poço

E o trote dos burros mansos,

O crepitar da lenha cozinhando o almoço,

A rede no alpendre, embalando o descanso...

Mesmo quando algum dia, velhinha

Envolta em lembranças que me definham

Ainda terei seguro nas mãos, o sonho

Agasalhando meus ossos gelados

E erguendo meu olhar, já ignorado

Alçando vôo a procura de meu ninho!