Última vida

Nas aldeias atrás dos altos muros

As pessoas ocultam os seus crimes

Nas igrejas escondem-se os infames,

Como fossem santinhos de ocos furos.

Sorridentes, de rostos rubros puros,

Contribuem, proventos e reclames

De bondades doadas em certames

Promovidos pro bem dos inseguros.

Salvação p’ra seu bico nunca mais

Nem agora nem nunca, é impossível,

Esgotadas as vidas no seu carma,

Resta apenas morrer com toda a paz,

Dignidade, sem choro, vela, arma,

Olhos, lágrimas, céu lindo e incrível.