SALESÓPOLIS ANTIGA
Ruas de terra, sem asfalto e sem sarjetas.
Casas antigas, mal cuidadas, sem pintura,
Gente descalça, gente linda de alma pura,
Crianças meigas, e moleques “espoletas”.
Casais de namorados, flores e candura,
O esvoaçar de multicores borboletas.
O chafariz da praça, a banda das retretas,
A escola, a igreja, o mercadão, a Prefeitura...
Tudo isso traz-me a dor intensa da saudade!
É uma dor angustiante, que minha alma invade,
Dessas coisas singelas que não voltam mais!
E quase não termino este simples soneto
Porque já estou chorando, ao fim deste terceto,
Com a saudade imorredoura de meus pais!