__Envelhencendo a morte__

Já disse tudo o que a palavra ouvir.

Salvei meus dias, horas apressadas,

As minhas noites, páginas molhadas,

Serão depois... O que me há de vir?

Querer-me? Tão inútil se eu vier,

Na noite fria, a sorrir, demente,

Ser a mais bela estrela decadente,

A prata envelhecida. Uma mulher!

Que linda a flor, o viço, a mocidade,

A desfolhar na tarde o olhar do sol,

Sentir, ó corpo breve! Que maldade!

O tempo me devora. É seu instinto!

Perder-me, do horizonte, no arrebol

E proibir-me o sonho? Não consinto!

Canoas, julho de 2009/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 16/07/2009
Código do texto: T1703392
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