Meta-Soneto

(Confissão do Artifício- Parte II- “A Autópsia”)

Este Verso não diz nada, mas rima.

E se eu for hábil o suficiente,

Este terceiro será coerente,

E este outro concordará co’o de cima.

Começo esta estrofe co’a mesma rima

anterior. Nada faço diferente.

Mas, me passo por poeta e inteligente,

e engordo, assim, a minha auto-estima.

Entro agora no primeiro terceto.

Na Segunda metade do soneto!

Pronto. Mais uma estrofe é completada.

E neste parvo e absurdo experimento,

Desperdiço palavras vãs, ao vento.

Escrevo tanto... mas não digo nada.

Rio, 7 de Julho de 2001

Antonio Sciamarelli
Enviado por Antonio Sciamarelli em 07/06/2006
Código do texto: T170792