POEMAS DE AMOR [LXXVII]
Não faço por não ter o dom herdado,
mas amo ler poemas amorosos!...
E amantes que os recebem, por seu lado,
jactam-se de prazer, vibram, ditosos.
Aos meus raros amores, que hei tentado,
fiz, em prosa, não tanto volumosos,
bilhetinhos cretinos, sem agrado,
a pedir e a mandar nhenhéns chorosos.
Uma vez, em paródia à Rui Barbosa,
eu tratei a garota por ‘d i v i n a’...
Ridículo!... Gastei meu adjetivo.
Creio que, pela gafe desta prosa,
É que a musa me vem, demais, sovina
E o meu estro se inibe, sem motivo.
Fort., 19/07/2009.