SEBASTIÃO BEMFICA MILAGRE

Osvaldo André de Mello*

Veio ao mundo direto do Parnaso,

Desposou a Lilia, musa eterna,

Que partiu. Todavia deu-lhe o acaso

Outra paixão: Maria, doce e terna.

Novo idílio completou a sua vida.

O poeta viveu para os filhos, sim.

E soube dar às mulheres queridas

Legítima dedicação sem fim.

... Maior que tudo era o amor a Deus Pai!

... Maior que tudo era o amor à Poesia!

Veio do Parnaso e, quando da vida sai,

Deixa a estética, o verso do dia –

e o ouro: a música do poema esvai

para vê-lo algo que orgulhe a Poesia.

*Osvaldo André de Mello nasceu em Divinópolis, estudou Artes Cênicas no Teatro Universitário em Belo Horizonte e voltou para Divinópolis, onde se formou em Letras. Sua primeira publicação foi aos dezenove anos, com A Palavra Inicial (1969), e o poeta publicou ainda Revelação do Acontecimento, Cantos para Flauta e Pássaro, Meditação da Carne, e A Poesia Mineira no Século XX, entre outros. No teatro, dirigiu peças de grandes autores, como T. S. Eliot, Nelson Rodrigues e Emily Dickinson. É responsável pela montagem e direção do espetáculo APARECIDA NOGUEIRA IN CONCERT.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 31/07/2009
Reeditado em 31/07/2009
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