Rumo

Sigo o manso regato que canta,

Embalado nas vagas borbulhantes

Da espuma que salpica os navegantes

Imersos numa vida que me encanta.

De verde e azul raiado é o reflexo

Das copas verdejantes que o bordejam,

Refúgio de trinados que pelejam

Por um lugar ao sol, mas tenham nexo

Que as glórias mais as honras logo passam,

Restando as águas mansas do regato,

Sulcadas pelos barcos que se afastam,

Deixando na lembrança um hiato

Do tempo em que queria descobrir

Um rumo, um caminho p’ra seguir.

António CastelBranco
Enviado por António CastelBranco em 11/06/2006
Código do texto: T173645