___Sons dos meus gritos____
Os sons vivos, os sons que a chuva amansa.
Os cantos gregorianos do futuro!
De estar no alto toda a estrela cansa.
Quem não se teme no selvagem escuro?
As barrigas do céu roncam famintas.
Alguém as ouve em seu tributo ao amo?
Quem cala meus lamentos, sem que sintas
E, quem em ti é um de nós que eu chamo?
Raízes d'água, filhas dos vapores,
Surram a terra. Ah, quanta dureza!
Mão sombria a bater nas próprias dores.
Os sons eternos chovem sem atritos,
Nos corpos que alvoroçam a natureza,
E, que abafam no meu todos os gritos!
Canoas, agosto de 2009/RS